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ACOLHIMENTO

1. O que é acolhimento?

Acolher é dar apoio, admitir, aceitar, dar ouvidos, dar crédito, agasalhar, receber, atender. O acolhimento como ato ou efeito de acolher expressa, em suas várias definições, uma ação de aproximação, um “estar com a outra pessoa” e um “estar perto da”, mesmo que este "estar com" ou "estar perto" seja de forma virtual.

Acolhimento é uma atitude de inclusão. Essa atitude de incluir a outra irmã ou amiga em nossa vida, em nosso círculo de amizades, em nossa comunidade de fé significa estar disposta a se relacionar com ela. É exatamente nesse sentido, de “estar com” ou “estar perto de”, que afirmamos que o acolhimento é uma das diretrizes de maior relevância no cuidado com as mulheres evangélicas.

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2. Como acolher uma irmã que está sofrendo violência?

O acolhimento às irmãs que estão sofrendo algum tipo de violência pode acontecer presencialmente (durante uma visita, na reunião de oração, no final do culto) ou virtualmente (telefone, w.app, email, facebook, instagram). Porém, para que o acolhimento seja efetivo, é preciso que a pessoa que acolhe tenha uma postura adequada, saiba acolher com amor e sem julgamento. Aquela lista de orientações e conselhos que costumamos dar, NÃO FAZ SENTIDO NO ACOLHIMENTO, sabe por quê? Porque acolher a dor de uma irmã que está sofrendo violência significa ter a seguinte postura:

  1. A acolhedora deve assumir um compromisso de não julgar as diferenças nem o modo de viver da irmã, nem muito menos o jeito que ela sente a sua dor. Às vezes a dor da outra pode parecer pequena ou incompreensível para quem acolhe, portanto, para que um bom acolhimento seja feito, a forma de viver e de sofrer daquela mulher deve ser respeitada, mesmo que, ao seu ver, ela esteja se comportando totalmente fora do padrão que você acha correto.

  2. A acolhedora precisa ter uma postura cristã que contribua para a dignificação da vida da irmã que sofre, assim certamente ela se sentirá valorizada e consciente que sua dor e seu problema importa a alguém.

  3. A acolhedora deve assumir um compromisso coletivo de se envolver neste “estar com” a outra, potencializando a importância daquele momento de acolhimento e dos diferentes encontros e partilhas que possam vir a acontecer a partir deste primeiro acolhimento.

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ACOLHIMENTO

3. Jesus, o maior exemplo de acolhimento às mulheres vítimas de violência

O acolhimento está presente em todas as relações e nos encontros que Jesus teve com as mulheres. O Mestre nos ensina a admitir que o acolhimento é fundamental em nossas práticas cotidianas. De acordo com Jesus, o acolhimento é a comunhão com a vida, é um modo de viver que exige que as mulheres cristãs evangélicas se disponham por inteiro em sua capacidade e sensibilidade para não julgar e receber a dor da outra irmã.

O modelo do acolhimento de Jesus serve como modelo ideal à igreja. Com Jesus a igreja aprende a relevância de interagir, reabilitar e produzir paz, prosperidade, bem-estar, harmonia e crescimento às mulheres em situação de violência.

Acolhida e cuidado são atitudes que fazem com que as irmãs  violentadas alcancem uma compreensão integral de si mesmas, do mundo e de Deus. Em toda bíblia Deus acolhe integralmente as mulheres, mostrando seu cuidado através da sua relação com elas. Quando Jesus se relacionava com alguém, era com a intenção de reafirmar a existência do outro e preservar a saúde integral do ser humano, pois a vontade de Deus para as pessoas é conservá-las por inteiro, é dar uma vida saudável de transformação diária com a finalidade de glorificar a Deus.

Quando o assunto é a violência contra as mulheres no Novo Testamento, o texto que, de antemão, salta à nossa memória é a narrativa de João 8: 3-6a, onde os fariseus e escribas trazem até Jesus uma mulher supostamente pega em adultério. Aqui a violência ecoa em suas diversas facetas: psicológica, moral e física, sendo que, para entender aquele contexto é fundamental compreender que o patriarcado era o sistema sociocultural da época, e que perdura há séculos, no qual os homens adultos (mas os meninos vão também aprendendo, por isso um sistema), mantêm o poder. Os homens lideram, escolhem, decidem,  seja na política - espaço público, seja na casa - espaço privado, seja sobre as oportunidades, privilégios e hierarquias, inclusive raciais e de gênero.  Esse sistema determina oportunidades e autoridades morais para o controle social e das propriedades sobre as mulheres e crianças.

A teóloga Adelaide Colombo (2017) em seu livro ¿Cain, dónde está tu hermana? Dios y la violencia contra las mujeres comenta que, aquela mulher que vivia submersa neste sistema opressor patriarcal serviu de objeto para implementar uma armação à Jesus, foi usada, objetificada, pois o fato não era real, a narrativa em nenhum momento apresenta testemunhas do suposto ato pois na lei de Moisés (cf. Dt 17:2-7), para que houvesse a lapidação, eram necessárias duas testemunhas que tivessem surpreendido as pessoas adúlteras em flagrante e também uma investigação profunda que comprovasse a veracidade da acusação. Quando se condenava uma pessoa à morte por lapidação, a responsabilidade do resultado do julgamento recaía sobre as testemunhas, que seriam as primeiras a atirar pedras. Nessa passagem bíblica, percebe-se que ninguém testemunhou o adultério, o texto fornece poucas informações, refere-se apenas a uma mulher sem nome e diz que ela foi pega em adultério.

Percebe-se que a violência contra aquela mulher ocorreu deliberadamente, além de exposta a uma mentira ela foi acusada e caluniada injustamente, tendo em vista que, diante dos parâmetros legais, ela estava respaldada. Mas Jesus fez o quê com aquela mulher? Rejeitou? Condenou? Julgou? Não, Jesus a ACOLHEU ao dizer: Eu também não a condeno!

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 PATRIARCADO é uma forma de valorização do poder dos homens sobre as mulheres que repousa mais nas diferenças culturais presentes nas ideias e práticas que lhe conferem valor e significado que nas diferenças biológicas entre homens e mulheres (MILLET,1969, p. 58).

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